A Fucape Business recebeu a visita ilustre do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na última quarta-feira (26). A convite do cofundador da Instituição, Prof. Aridelmo Teixeira, o Ministro veio até a Escola de Negócios apresentar um painel com o tema “Expectativas para Economia mundial e oportunidades para Brasil e Espírito Santo”.
Falando para um público de cerca de 300 pessoas no Auditório Fucape, entre estudantes, professores e empresários capixabas, além dos mais de 2.400 expectadores que assistiam a transmissão ao vivo pelo Youtube da Fucape, Guedes explanou sobre a situação econômica do Brasil e do mundo e perspectivas para o futuro.
Aridelmo abriu o evento reforçando como o momento era ímpar e relatando como foi o início do bom relacionamento com o Ministro, história que se funde com a própria criação da Fucape.
“A Fucape está fazendo 22 anos e Paulo Guedes tem uma conexão conosco desde o início, pois o Arilton, meu irmão, era um dos coordenadores do Ibmec, instituição que o Ministro foi dos fundadores no Rio de Janeiro. Eu estive lá muitas vezes com ele e aprendemos muito com a experiência do Guedes, que sempre se colocou à disposição para nos ajudar. Hoje, nós temos o melhor curso de Economia do Brasil e o melhor Doutorado Profissional em Contabilidade do país”, afirmou.
Guedes fez questão de destacar sua conexão com a educação e o estado do Espírito Santo, ao dizer o quanto se sentia à vontade na Fucape.
“Eu me sinto em casa por duas razões. Primeiro porque eu adoro escola. Fundei o Ibmec, fui professor da PUC, da FGV, fui até ao Chile dar aulas. Eu sempre gostei de ambiente de conhecimento e sempre tentei estar ligado a alguma instituição de ensino. Também, durante 15 anos da minha vida, eu passei férias em Vila Velha, aqui na Praia da Costa. Nós íamos na fábrica da Garoto e no Convento da Penha, mas eu gostava mesmo era da praia”, recordou o Ministro.
O Brasil em uma realidade diferente do restante do mundo
Guedes citou o teorema de Stolper-Samuelson da “equalização dos preços dos fatores de produção”, para explicar como a Ásia se fortaleceu economicamente, aumentando a renda dos trabalhadores, fato que, segundo o Ministro, não aconteceu no Brasil. Para ele, a tendência de crescimento no mundo nos últimos 30 anos, se transformou agora em queda, enquanto o Brasil, que estava em queda neste período, irá na direção contrária, com o PIB “crescendo em V”.
“Nós estamos claramente em uma dinâmica de crescimento próprio, que não tem relação com o que está acontecendo lá fora. O Brasil tem uma dinâmica própria. Se lá fora estiver crescendo, as commodities sobem e o Dólar acalma um pouco. Se lá fora afunda, as commodities caem um pouco e o Dólar sobe. Em vez de exportar minério, soja e etc, com preços maiores, você tem a receita um pouco menor, mas em compensação o dólar sobe um pouco e conseguimos exportar produto têxtil, manufaturados. Nós estamos reindustrializando o Brasil e reduzindo os impostos”, pontuou Guedes.
Pandemia
O Ministro ressaltou também os impactos da pandemia e uma das medidas do governo para lidar com a questão, principalmente no que diz respeito à população que perdeu seus empregos.
“Quando nós criamos o Auxílio Brasil, nós já tínhamos na cabeça que nós íamos criar o Renda Básica. Quando a Covid-19 chegou, nós puxamos o gatilho rápido. Em 60 dias, nós tínhamos perdido mais de um milhão de empregos formais”.
Perdão das dívidas do Fies
Guedes falou sobre o perdão das dívidas dos estudantes do Fies e se posicionou contra a concessão de empréstimos nesses casos, defendendo as bolsas de estudo no lugar do financiamento.
“Demos 90% de desconto nas dívidas dos estudantes. Nós transformamos empréstimo em Voucher. Quando a família é mais frágil, vulnerável, não adianta dar empréstimo ao estudante, pois daqui a pouco ele terá que trabalhar em qualquer lugar para pagar essa dívida. Se o estudante tem mérito e passou no exame, dá um voucher”.
Liberalismo econômico
O Ministrou citou o sucesso das medidas liberalistas na reconstrução de economias pelo mundo, ideologia que pautou a gestão do Ministério nos últimos anos.
“O caminho da prosperidade é simples e ele já foi percorrido em vários lugares do mundo. Os anglo-saxões sempre fizeram isso. A reconstrução da Alemanha no pós-guerra foi assim, foram os liberais, a reconstrução do Japão no pós-guerra foram os liberais democratas, o Chile que era mais pobre que Cuba ficou com quase o dobro da renda per capita do Brasil nos últimos 30 anos com os liberais lá. A fórmula é relativamente simples e é tudo que nós estamos fazendo”, pontuou Guedes.
Assiste na íntegra o painel com o Ministro, Paulo Guedes: