FUCAPE OPEN: Autoridades projetam o panorama da economia para 2022 e dão dicas para investidores

Na sexta-feira (17), aconteceu o FUCAPE OPEN, encontro que reuniu profissionais da área de negócios e autoridades do governo, para debater sobre os cenários da economia para 2022.

Estiveram presentes o Secretário Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia e professor da FUCAPE, Bruno Funchal; o Sócio Diretor Institucional da XP Investimentos, Rafael Furlanetti; o Economista Chefe da XP Investimentos, Caio Megale; a Analista Política da XP Investimentos Junia Gama e o anfitrião, Fundador da FUCAPE e Secretário da Fazenda da Prefeitura Municipal de Vitória, Profº Aridelmo Teixeira.

O evento foi um marco para a história da FUCAPE e contou com assuntos relevantes sobre o mercado financeiro e da economia nacional, como o anúncio em primeira mão do valor de R$300 do Auxílio Brasil, feito pelo Secretário Bruno Funchal. Trata-se de um novo programa social do Governo Federal que irá substituir o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial. 

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Os desafios de 2021

O Brasil enfrentou em 2021 o primeiro aumento em 6 anos da taxa básica de juros (Selic), anunciada pelo Banco Central em março. A taxa se mantinha em queda desde 2015 e a mudança repentina provocou uma movimentação no mercado de capitais nacional.

A taxa Selic é utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação. Aumentar essa taxa ajuda a fazer o controle da inflação, mas também pode tensionar outras partes do mercado. O Sócio Diretor Institucional da XP Investimentos, Rafael Furlanetti explica um pouco sobre esses reflexos e garante que, mesmo diante deste fator, muitas empresas se saíram bem ao longo do ano.

sjbsjsEm destaque Sócio Diretor Institucional da XP Investimentos, Rafael Furlanetti. 

“Quando você tem juros mais altos, há uma taxa de desconto mais elevada, então o valor de algumas companhias tende a ser menor, neste cenário. Mesmo nesse cenário adverso, temos inúmeros exemplos de companhias que estão crescendo, mudando o mercado, inovando e ganhando Market Share. Se você faz uma boa gestão do seu negócio, dá para continuar crescendo, com um pouco de cautela”, afirmou. 

Cenários para 2022

Este mês, Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia afirmou que a crise hídrica no Brasil ainda será um problema em 2022. Os reservatórios das represas das regiões Sudeste e Centro – Oeste atingiram o nível mais crítico desde a última crise hídrica, registrada em 2001. Soma-se a isso o cenário caótico da economia, ainda por reflexos da pandemia e os ânimos exaltados com as eleições presidenciais em outubro de 2022. Juntos, estes fatores irão nortear a macroeconomia do país e estão diminuindo as projeções do Produto Interno Bruto (PIB), como prevê o Economista Chefe da XP Investimentos, Caio Megale.

“Os ventos contrários para o ano que vem são primeiro a inflação, em parte porque nossa taxa de câmbio ficou depreciada demais e porque a demanda interna brasileira teve uma arrancada muito rápida que permitiu repasses de custos muito grandes. Soma-se a isso a incerteza política e fiscal que adiciona prêmios de risco. Minha impressão é que isso vai ser resolver ao longo do semestre, mas enquanto não resolve atrapalha a visibilidade das empresas e como estamos chegando em ano eleitoral, há uma volatilidade que acontece em qualquer lugar do mundo. O mundo também está pisando no freio com o aumento do preço do minério de ferro e, por fim, temos uma crise hídrica que aumenta custos de produção e aumenta a conta de luz. Talvez o insumo mais importante da economia seja a energia. Todo mundo usa, da grande siderúrgica, até a lojinha da esquina. Nós revisamos para baixo a projeção do PIB no ano que vem”, explicou Caio.

Fucape 3449 Economista Chefe da XP Investimentos, Caio Megale.

Já Rogério Salume, fundador da Wine, apontou um outro obstáculo que já está tirando o sono dos empresários e promete continuar sendo uma questão em 2022, a medida que a inovação das companhias avança.

“Para o ano que vem o maior desafio é mão de obra qualificada, não só para a Wine, mas para todas as empresas do Brasil. Nós vivemos um apagão de mão de obra, está faltando que os jovens se preparem, no sentido de estudar, de querer fazer diferente. Esse é o grande dilema. Como continuamos crescendo e investindo, se a mão de obra não está acompanhando na velocidade em que as empresas estão crescendo?”, ressaltou Salume.

Caio Megale reflete que há um “equilíbrio instável”, principalmente quando avaliamos a influência do panorama internacional sob a economia do Brasil.

“A economia mundial não está quente o suficiente para o Banco Central pisar no freio, nem tão fraca a ponto gerar um risco de recessão. É um bom cenário, equilibrado, mas, ao mesmo tempo, este equilíbrio está instável e pode mudar a qualquer momento. É um caminho estreito”, disse. 

A ponte entre academia, autoridades e sociedade

Ao final do FUCAPE OPEN, os convidados chegaram à conclusão de que a discussão foi positiva e irá gerar bons frutos. O fundador da FUCAPE e Secretário da Fazenda da Prefeitura Municipal de Vitória, Aridelmo Teixeira, garante que a instituição está disponibilizando seu conhecimento à serviço da sociedade.

“A FUCAPE está ranqueada entre as mais produtivas escolas de negócios e contabilidade financeira da América Latina. Estamos pegando todo nosso conhecimento e colocando à disposição da sociedade, para que todos possam usufruir do benefício que é ter uma instituição de ensino de ponta dentro do nosso estado. Trouxemos o que há de melhor hoje de análise de cenário econômico, junto com uma visão de governo e mercado ”, afirmou Aridelmo.

O Secretário Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia e professor da FUCAPE, Bruno Funchal, também avaliou positivamente a experiência.

“O evento foi excelente. Conseguimos trazer um debate totalmente atual dos desafios do Brasil, pessoas altamente qualificadas discutindo as soluções. É uma forma de se conectar com a academia e contribuir para o debate do setor público. Este tipo de debate influencia boas políticas públicas”, disse Funchal.

Fucape 3420Bruno Funchal. 

Diante de um cenário com tantos desafios pela frente, o secretário ainda deixou uma dica para que os Fucapeanos saiam mais preparados para lidar com todas essas possibilidades. “A melhor coisa neste momento para os alunos da área é estudar, se preparar, aproveitar todo o instrumental, todo o ferramental que a FUCAPE disponibiliza, para sair muito bem treinado para o mercado e qualquer setor, seja privado ou público. Com essas ferramentas você será um bom profissional”, pontuou. 

Para Caio Megale, a presença de autoridades dentro da FUCAPE e a troca de ideias com pesquisadores alunos e professores é essencial, por causa de uma barreira específica do país. “O Brasil tem dificuldade em traduzir os estudos acadêmicos para a prática, tanto do ponto de vista da gestão de política pública, quanto de inovação para as empresas. Essa ligação falta no Brasil, entre academia e aplicação na prática das inovações. Essa conversa vem para resolver esse problema”, ressaltou Megale.

Rafael Furlanetti destacou o processo de transformação social que inicia com eventos como o FUCAPE OPEN.

“Como capixaba, é muito legal estar aqui no Espírito Santo e conhecer mais a FUCAPE que está fazendo um trabalho de trazer educação de qualidade para os capixabas e fomentar o empreendedorismo, o que é super importante. Na XP nós acreditamos que o debate promove ideias, que vão gerar investimentos, que irão mudar a vida das pessoas”, afirmou.

Aridelmo Teixeira aproveitou o evento para adiantar um pouco novidades sobre os planos futuros da instituição, principalmente relacionadas ao HUB de Inovação, espaço para incubação de startups e troca entre empreendedores e Fucapeanos.

Fucape 3277Aridelmo Teixeira.

 “Nós invertemos o que todo mundo conhece como grade curricular. O saber está distribuído entre as demandas das empresas e essas demandas serão atendidas pelos alunos, em parceria com os professores. Os Fucapeanos que devolverem as melhores soluções para estas demandas, ao invés de ganhar honra ao mérito, eles ganham o direito de adquirir as cotas que a FUCAPE comprou dessas startups quando elas entraram. Eles (alunos) não saem daqui apenas como bacharéis e sim como empresários, com um empreendimento já testado. Até 2024 vamos estar em todas as capitais com o HUB sendo administrado por alunos e professores. A ideia é neste mesmo ano (2024) fazer a abertura de capital da FUCAPE”, explicou Aridelmo.

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Caio Megale – Economista Chefe da XP Investimentos: “A principal dica é calma. Vai ser um ambiente volátil, como é normal em ano eleitoral. Este ano temos particularidades, como a ressaca da recessão da pandemia e o debate político começou cedo demais, mas volatilidade no mercado representa possibilidades de entrada. Em outros anos eleitorais apareceram grandes oportunidades de investimento. Então é preciso uma análise cuidadosa, diversificação de ativos e aproveitar as oportunidades”

Rafael Furlanetti Sócio Diretor Institucional da XP Investimentos: “Ter paciência, ter caixa, saber que vai ter volatilidade e que também terão grandes oportunidades. É o tempo do investidor estudar, tentar imaginar onde ele quer estar posicionado. Às vezes aquela companhia que você sempre quis ser acionista, pode ser que ela dê uma chance, por alguma circunstância de mercado, e caia mais do que o valor justo, aí você compra e espera, mas que seja sempre um investimento de acordo com seu perfil de risco”

**Crédito das imagens: Rócio Fotografia.

Patrícia Meireles

Comunicação FUCAPE.  

guilherme

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